É com muito balanço que a trilha de “Carnaval”, um dos filmes nacionais queridinhas do momento na Netflix, vem conquistando o público. Para quem anda com saudade dos bloquinhos, a produção, estrelada por Giovana Cordeiro, GKay, Bruna Inocencio, Flavia Pavanelli e Micael Borges, é um verdadeiro gatilho. Desde os clássicos do axé, até artistas da “nova cena” como ÀTTØØXXÁ, a música tem um papel fundamental na história, que aborda temas como fama e cancelamento.
A música é fundamental na produção: afinal, um dos personagens centrais, o cantor em ascensão Freddy Nunes (Micael Boeges), deixa o tom e o astral do filme lá em cima. Bernardo Fonseca foi o responsável pela produção musical e Berna Ceppas pela trilha. Bernardo é músico e foi baixista no Engenheiros do Hawai, entre 2001 e 2008. Já o Berna é compositor: esteve à frente de projetos como a cinebiografia do cantor Tim Mais e assinou a trilha do espetáculo Ovo (do Cirque du Soleil).
Entre os clássicos do axé, estão “Beleza Rara”, da Banda Eva, “Quebra Aê”, de Durval Lelys, “We Are The World of Carnaval”, “Toque de Timbaleiro”, da Timbalada, “Faraó Divindade do Egito”, de Ivete Sangalo e Timbalada, e “Beijo na Boca”, da Banda Beijo. Só por aqui já deu pra se ter um gostinho, né? Mas também existem hits da nova cena, além de músicas originais, cantadas por Micael: “Intimidade com o Chão” e “Verão e Primavera”.
“Sou o produtor das faixas e tive a ajuda do grande Rafinha RSQ, que além de ser um dos maiores compositores da música pop hoje, é baiano. O trabalho dele junto ao Léo Santana com certeza foi o que me motivou a trazer ele pra esse time”, declara Bernardo Fonseca. “Juntos discutimos o roteiro e identificamos a energia do personagem. Fomos pro estúdio e o resultado nos deixou entusiasmados. Estamos felizes com as críticas em relação as musicas e, principalmente, com o sucesso do filme”, comemora.
O filme brasileiro é uma produção da Camisa Listrada em parceria com a Netflix Brasil. A direção fica por conta de Leandro Neri, que também dirigiu a novela “Laços de Família” da Globo. Vale lembrar que o longa foi gravado pelas ruas de Salvador, tudo antes da pandemia da Covid-19. Assim como quase todo brasileiro, o curador também está com saudades da grande festa popular.
“Eu como carioca e músico tenho uma relação de amor com o carnaval, sempre me emociono ao ver as escolas de samba na avenida. Mas confesso que ao ver o filme me deixou com uma vontade imensa de passar o carnaval na Bahia, assim que esse período de pandemia acabar certamente será o meu destino! A Bahia é uma terra de muita alegria e musicalidade, um berço da cultura do nosso país, tenho muita admiração pelos músicos e o povo de lá. Esse foi meu primeiro trabalho em longa-metragem. E já estou super ansioso pra fazer outros. Achei a experiência super divertida, lúdica e estou muito grato pela oportunidade”, declara.
As músicas de “Carnaval”, claro, fazem total referência à festa de Salvador. Berna Ceppas destaca foi muito difícil selecionar aquelas que passariam a emoção das cenas, afinal, o que não faltam são grandes hits. “Naturalmente, pelo fato do filme se passar no carnaval de Salvador, isso permeou as escolhas. Muitos clássicos ficaram de fora, mas as escolhas não foram somente minhas, tendo a participação principalmente do diretor Leandro Neri”, diz. Ah, o longa também conta com a interpretação de um cantor, que, todo ano, puxa seus trios e a galera na Bahia.
“A participação em cena do Durval obviamente o elegeu para as escolhas de algumas músicas, sem contar a enorme participação do Asa de Águia na história do Axé. E o hino do carnaval de Salvador, ‘We are the world of Carnaval’ também não poderia faltar.